domingo, 21 de agosto de 2011

O TEMPO - INIMIGO OU ALIADO?

Hoje tive o prazer de rever um vídeo da época em que eu tinha apenas 19 anos e todos os sonhos do mundo; da época em que eu era uma menina romântica, "cor de rosa", que estava começando a deixar a adolescência: era o meu primeiro ano de faculdade. 
Para mim, os cinquenta e cinco minutos, tempo aproximado que dura o vídeo, foi um "mix" de emoções e um exercício de memória em busca de recuperar as lembranças dos aspectos daquele dia, que se perderam no tempo e que aquelas imagens suscitaram. Rever pessoas que me eram tão queridas naquele momento e que ainda o são, foi menos triste do que rever pessoas que naquele momento eram especiais e que o tempo, a política partidária ou a morte nos distanciou. 
Tudo chamou a minha atenção: as roupas, os cabelos e os acessórios foram motivos de muitas risadas, afinal é de praxe as pessoas seguirem a moda e, no entanto, se divertir com imagens da moda do passado. Mas o que mais me chamou a atenção foi ver o quanto os aguasbelenses mudaram a sua essência nos últimos anos. 
Em 1987 atendendo ao convite do então promotor, Dr. Antônio Carlos, as pessoas que faziam parte da educação nessa cidade: escolas particulares e públicas municipais e estaduais, mais a extinta FEBEM, montaram uma programação que foi vivenciada durante toda a semana que antecedeu o Dia da Criança (12/10), onde ocorreu a culminância do projeto. Pois bem, era um tempo em que as pessoas se uniam em prol de um ideal, onde não havia politicagens, nem partidarismos, éramos apenas pessoas simples, sem muitos recursos, que buscávamos fazer algo pelas nossas crianças carentes de diversão e de uma série de outras coisas. 
Essa é a essência que se perdeu no tempo, a da simplicidade e da amizade que eram mais importantes que a cor do partido seguido, onde não havia necessidade de se comprar apoio político ou amizades e, por isso, as pessoas podiam ser amigas de fato, sem medo, mesmo quando votavam em partidos opostos.      Enfim, um tempo em que os parcos recursos não eram empecilhos para se vivenciar grandes projetos e que as amizades estavam acima das preferências políticas partidárias, sexuais e religiosas.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

ALUNOS DESTAQUE SAEPE/2010 DA EJRC - APENAS ALGUNS.

          Em 2010 vários alunos da EJRC tiveram uma boa nota nas provas do SAEPE. Eram alunos da 8ª série, do 3º Médio e do 4º Normal Médio. No Dia do Estudante (11), desse ano, a equipe gestora e os professores da EJRC organizaram uma animada festa para a comunidade escolar, onde uma das atrações era a homenagem a esses alunos destaques. Parabéns a todos eles e aos que não puderam estar presente por estarem morando distante, cursando faculdade, ou trabalhando fora. 
          Esperamos que os nossos alunos entendam a importância de participar das avaliações do SAEPE 2011 e que no próximo ano tenhamos mais nomes para serem homenageados. 

ENCONTRO DE GERAÇÕES

Sempre fui muito ligada aos meus avós maternos, especialmente a minha avó Sebastiana, uma pernambucana, analfabeta, que priorizou a educação e a escolarização dos filhos, que mesmo tendo que trabalhar na roça para ajudar os pais, todos frequentaram a escola rural no sítio onde eles moravam.
Sebastiana Tenório, uma mulher de fibra e coragem, que educou com pulso firme os seus seis filhos, cinco da barriga e uma apenas do coração, adotada aos seis anos, muito me ensinou, com ela aprendi muitas coisas, ouvi muitas histórias e "causos" de meus antepassados, de costumes e tradições do passado, enfim, conheci gerações  anteriores a minha sob a ótica da minha avó.
Nas nossas inúmeras conversas, fui me descobrindo, entendendo o mundo e valorizando mais ainda a minha família e os meus pais, que tanto sofreram para serem criados e para nos criar e educar, pois não havia esse sem número de facilidades que existem hoje em dia para as famílias pobres. Tudo era muito mais difícil, mais sofrido para se conseguir, talvez por isso soubéssemos valorizar mais as poucas coisas que possuíamos.
Atualmente, percebo em meus filhos e em meus alunos algo que me deixa muito triste: o desligamento com os mais velhos, a falta de interesse em conhecer seus antepassados, em se comunicar com quem não é de sua geração. E isso é terrível, pois as pessoas idosas, por não terem com quem dividir suas experiências, suas histórias de vida, vão se fechando, se recolhendo e levarão consigo tantas coisas que poderiam ser compartilhadas com esses jovens, coisas que só iriam enriquecer essa nova geração, tão imediatista e, por vezes, extremamente egoísta e individualista.
Tentando levar os meus alunos adolescentes de uma turma de 8ª série a descobrir as riquezas que existem por trás da experiência de gerações passadas, solicitei deles que entrevistassem pessoas de gerações anteriores a sua: da geração dos pais deles (40 a 50 anos, aproximadamente) e dos avós (acima de 60 anos), buscando conhecer e comparar alguns aspectos da vida dessas gerações anteriores: namoro, moda, costumes, estudo, tradições, diversões, músicas, enfim, tudo o que eles julgassem interessante. Depois eles teriam que apresentar o resultado de suas descobertas em forma de seminários, onde iriam sistematizar todas as informações, traçando comparações entre as três gerações: a deles, a dos pais e a dos avós.
As apresentações ficaram muito interessantes e os depoimentos que eles deram sobre tudo o que descobriram foram surpreendentes, por isso pedi que eles fizessem um relato escrito de como se sentiram ao entrevistar e conversar com essas pessoas mais velhas. Agora apresento alguns desses relatos:
     
          "Conversar com pessoas mais velhas é uma verdadeira viagem no tempo. Você fica se imaginando como seria se você vivesse naquela época. Ou talvez, nem conseguimos nos imaginar vivendo numa época "inferior" a nossa.
          Foi uma ótima experiência ter que entrevistar pessoas mais velhas, com mais conhecimento, e poder conhecer um pouco mais sobre como eram os seus costumes.
          Em alguns momentos da entrevista, eu achei muito engraçado os relatos das pessoas. Pudemos perceber claramente as diferenças que há entre nossas gerações.
          Também teve alguns momentos onde eu me revoltei bastante, em saber que eles, muitas vezes, eram proibidos pelos pais de estudar e até de ter o direito de escolher seus maridos.
          Mas foi realmente espetacular fazer uma viagem de volta ao passado."
Januacele Vieira


          
          "Eu, conversando com as pessoas mais velhas, me senti como se eu estivesse voltando no tempo, na época em que as pessoas ainda se vestiam com calças de boca larga, e conhecendo mais o passado das pessoas, que enfrentavam dificuldades e as coisas que passavam.
          Foi realmente uma experiência muito boa saber como funcionavam as coisas naquela época. Mas houve momentos na entrevista que fiquei muito triste, pois soube que os pais proibiam os filhos de estudar e, principalmente, não havia a liberdade de escolher seus próprios maridos.
          Depois das entrevistas, percebi que a nossa geração é diferente das mais velhas, pois agora temos liberdade de fazer as nossas próprias escolhas e naquela época não.
          Foi ótimo ir de volta ao passado!"
Larissa  Oliveira

          "Quando eu entrevistei as pessoas de gerações passadas, eu me senti um pouco no passado também; imaginei as coisas que os entrevistados falaram, como por exemplo, a rigidez dos pais em relação ao namoro, às roupas, ao respeito de um com os outros; à educação, e certamente prefiro os tempos de hoje. Mas em algumas coisas eu prefiro o passado: a educação que hoje em dia quase não existe mais, pois as pessoas não respeitam mais umas às outras, principalmente o respeito aos mais velhos.
          As roupas mudam, a linguagem se transforma ao longo do tempo, não são mais como antigamente, hoje existem novas gírias, as roupas estão mais curtas e as mulheres não se valorizam. E tudo isso ainda continuará mudando de acordo com o tempo."
Bianca Teixeira



sábado, 6 de agosto de 2011

PROJETO O LIVRO QUE EU LI

No primeiro bimestre do ano letivo em curso, desenvolvi diversas atividades diagnósticas em todas as turmas nas quais ensino Língua Portuguesa. Após verificar que a maioria dos alunos tinha mais dificuldades nas produções textuais escritas, tentei utilizar diversas metodologias visando fazer com que eles tivessem mais cuidado ao escrever: que levassem em conta as normas ortográficas vigentes, as concordâncias, os elementos conectores, a coerência, a clareza, a objetividade, entre outras.
            No entanto, todo esse trabalho não apresentou os resultados esperados, por isso, decidi atingir “o mal pela raiz” e transformá-los em leitores. Elaborei um projeto denominado “O livro que eu li”, que consiste nas seguintes ações: empréstimos de livros da biblioteca Prof. Oriel Ramos Wanderley, sob a minha responsabilidade, visto que a escola não tem bibliotecários e os livros não podem ser emprestados; rodas de conversa, que ocorrem uma vez por mês, onde o aluno produz textos orais de gêneros diversos sobre os livros lidos por ele durante o mês e produções escritas de gêneros textuais diversos.
            A partir da “obrigatoriedade” inicial, pois todos tiveram que ler um livro inteiro e apresentar suas produções orais e escritas, consegui acender em muitos deles o gosto pela leitura, não a leitura forçada, mas a leitura prazerosa, aquela que nos faz viajar em mundos distintos, que nos faz voar.
            O primeiro gênero contemplado para as produções escritas em todas as séries foi a resenha crítica. E agora apresento algumas delas:

“Amor impossível
            A obra de Machado de Assis, Helena, é um romance muito interessante, pois conta a história de uma moça, fruto de uma relação entre o conselheiro e uma prostituta. A moça não conhece seu pai e acaba se apaixonando por seu próprio irmão, o qual está prometido à filha de Dr. Camargo, melhor amigo da família.
            A história é uma das mais emocionantes, nos faz viajar em um mundo de muita emoção.”
Maiana Lorena – 2º Ensino Médio “A”

“Amor sem fronteira
            Dom Casmurro conta-nos a linda história de Bento e Capitu, que eram apaixonados desde criança, um amor proibido, pois Bento tinha sido prometido pela sua mãe para o seminário e um futuro padre ele se tornaria. Romance interessante, engraçado e apaixonante, baseado na obra de Machado de Assis.”
Janyne Melo – 2º Ensino Médio “A”

“Dois corações e uma história
            O autor Machado de Assis, em Dom Casmurro, narra uma belíssima história de amor que se dá entre Bentinho e Capitu.
            O amor de ambos ultrapassa os obstáculos que o destino lhes impõe, de tal forma, que desperta também no leitor a emoção e o desejo de amar.
Jackeline Santos – 2º Ensino Médio “A”

“O livro que eu li
            O livro A Nudez da Verdade, escrito por Fernando Sabino, é muito interessante e engraçado também. Conta uma história de um homem que corre nu pelas ruasda cidade do Rio de Janeiro. Sua aparição causa escândalo e muita confusão.
            Em A Nudez da Verdade somos levados a entrar nessa corrida atrás do homem.
            Eu gostei muito desse livro, ele nos faz pensar e refletir sobre algumas coisas que acontecem em nossas vidas ou no nosso dia-a-dia, como: festas, traições, farras, etc.
Alice Cavalcante – 3º Ensino Médio

“O livro que eu li
            O livro A morte e a morte de Quincas Berro d’água, escrito por Jorge Amado é muito interessante e engraçado.
            Conta a história de um homem que era funcionário público, pai e marido exemplar até o dia em que se aposentou do serviço público.
            A partir daí, jogou tudo para o alto: família, amigos, tradição e caiu na malandragem, no alcoolismo e no jogo.
            Eu gostei muito desse livro, pois ele nos faz pensar e refletir sobre o que vivemos no nosso dia-a-dia e nos conscientizarmos que não devemos trocar nosso lar e nossa família por cachaça, jogo e prostituição.
Ednilsa Oliveira – 3º Ensino Médio
           
            “O livro de Rachel de Queiroz, Caminho de Pedras, é muito interessante, pois trata de temas polêmicos, como adultério e política.
            Nele a autora aborda questões como a luta da classe operária em busca de mudanças, numa época em que qualquer manifestação contrária ao sistema social vigente era duramente repreendida. Fala também dos dramas pessoais e do preconceito sofrido pela personagem principal, uma mulher que ousou sair de um casamento onde não era mais feliz para buscar a felicidade em outro relacionamento.
            Com uma linguagem de fácil compreensão, Rachel de Queiroz faz uma narrativa da realidade, sem a ilusão do final feliz dos contos de fada.”
Gicélia Ferreira – 3º Ensino Médio

           “O livro que eu li são Crônicas, de Rachel de Queiroz, que revelam a sua biografia. As histórias contidas nesse livro foram todas exploradas do seu dia-a-dia.
         Essas crônicas são histórias da gente brasileira. Crianças que descobrem o mundo, histórias curiosas que, às vezes, divertem e deixam a refletir e outras que mostram nossa realidade.
           Cenas Brasileiras é um livro onde o que mais chama a atenção é o título de cada história. É o que convida o leitor a se interessar por essas histórias.
       Quem quiser saber um pouco sobre a vida da gente brasileira, basta se aventurar nessas belíssimas histórias.”
Januacele Vieira – 8ª Série “A”

             "Eu li o livro Flores para Cecília, do autor Paulo Caldas, que conta a história de uma menina, filha de empresários ricos e Dionísio, filho de família pobre que depois de perder o emprego, entra para o mundo do crime.
                Cecília e Dionísio são ligados por um estranho sentimento, ela resolve entrar para o mundo do crime e vive várias aventuras.
        Eu gostei muito do livro, achei muito interessante, com muito suspense e adrenalina, recomendaria para todos aqueles que gostam de ler uma boa história."
Gisele Mendes      - 1º Ensino Médio "A"

          "O livro que eu li, Enigma na Capela Real, de Ana Cristina Massa,  foi pra mim uma experiência muito boa, pois é um livro bem atual, ele conta a história de um grupo de amigos que vivem aventuras juntos e eles desvendam mistérios, aí tentam desvendar um mistério numa capela, é um livro que quando você começa a ler, você quer acabar rapidamente para saber o final, para saber como termina, para desvendar o mistério; é um livro que se baseia em fatos reais, deixando assim o livro mais interessante." 
Jéssica Batista - 1º Normal Médio

               

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

PROJETO “Artes em Pernambuco: do barro, baião ao cordel”

O projeto interdisciplinar “Artes em Pernambuco: do barro, baião ao cordel”, vivenciado pelas professoras Maria Eugênia e Maria Aparecida, com as turmas A e B da 2ª série do Ensino Médio dessa escola, já foi uma “prévia” do que irá ocorrer nessa escola em comemoração ao centenário de nascimento do Rei do Baião em 2012.
            Durante o mês de junho/julho várias ações foram desenvolvidas pelas duas turmas, iniciando com a escolha do nome do projeto, que ocorreu através de concurso e teve o título do aluno Abelardo França escolhido, cuja premiação foi patrocinada pela escola.
            Após a definição dos temas, cada equipe elaborou suas pesquisas para serem sistematizadas no momento da culminância, quando seriam apresentados em forma de seminários. Antes, porém, alunos de ambas as turmas fizeram uma visita técnica à cidade de Caruaru, com ônibus patrocinado pela escola, onde puderam conhecer de perto os aspectos geográficos da região do agreste e toda a riqueza da cultura popular de Mestre Vitalino, Luiz Gonzaga e J. Borges, através de visitas aos museus, ao Alto do Moura, ao Pátio do Forró e à famosa Feira de Caruaru.
            Munidos das informações coletadas a partir dos guias e monitores desses lugares visitados, dos artesãos, das duas professoras, do guia contratado especialmente para acompanhá-los em todas as visitas e de tudo que puderam observar, fotografar, analisar e comprar, os alunos montaram e apresentaram os seus seminários sobre a vida, a arte, a obra e a importância para a divulgação da cultura pernambucana e nordestina desses três pernambucanos que fizeram e fazem a diferença na história do nosso povo.
Profª Cida Quelé.