segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O tempo urge e há ainda tantos livros para eu ler...

Dentre as inúmeras coisas que é muito bom fazer quando se está de férias, encontra-se a leitura, mas não a leitura que se está acostumada a fazer durante o ano letivo: fugidia, arisca, em minutos roubados que nos deixam com um sentimento de culpa pelo tempo a ela destinado quando se tem diversas atividades pedagógicas para se concluir. Não. A leitura que se faz sem culpa, sem tempo pré-determinado, sem hora pra terminar, quando se pode dar-se ao luxo de varar a madrugada lendo e acordar na manhã seguinte com sono e, apressadamente, voltar a ler para terminar aquele capítulo que nos deixou com o gostinho de “quero mais”; ou quando se pode ficar na cama, de pijama, até as tantas da manhã, deitada, apenas lendo, lendo, lendo...
Ao concluir todas as minhas tarefas letivas de 2014, dediquei-me a terminar a leitura que vinha fazendo do livro Comunidade Educacional das Trevas, psicografado por Eliane Macarini, do espírito Vinícius (Pedro de Camargo), cuja temática me fez refletir bastante sobre o meu real papel na Educação. Desta leitura ficou a certeza de que vim para este mundo com a missão de ser professora, e, se relutei no passado, protelando a minha “estreia no mundo da docência” é que já sentia que seria uma missão árdua, mas graças a Deus tive a influência de uma professora muito querida, que desde quando a conheci, lá na quinta série do primeiro grau (era assim que se nomeava o que atualmente nomeia-se como sexto ano do Ensino Fundamental), me incentivou a me dedicar ao mundo da leitura, a fazer faculdade, a optar pelo curso de Letras e a me tornar uma professora de LP, tal qual ela, e também me ensinou a sempre tentar ser o meu melhor, em sala de aula e na vida. Somando-se a este incentivo, tive o apoio incondicional de meus pais, que muito me amaram e se dedicaram para que eu conseguisse ser o que sou hoje.
Lendo este livro, percebo que há muito ainda a ser feito para que a Educação transcorra como deveria transcorrer em nosso país e que há muitos interessados tanto em seu sucesso, quanto em seu fracasso. Cabendo a nós, que atuamos nesta área, nos empenharmos para que “o bem vença o mal” na educação brasileira. Recomendo a leitura dele a todos os profissionais de educação, que estiverem abertos a novas formas de encarar a espiritualidade e as religiões, sem pudores, nem preconceitos.
Como todo livro muito bom, ao terminar de lê-lo, veio-me um vazio, que só passou quando iniciei o Eu sou Malala, a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã, de Malala Ypusafzai, com Christina Lamb, cuja leitura recomendo a todos os estudantes para que sintam a realidade de quem deseja estudar e para tal, necessita arriscar a própria vida, todos os dias; para que conheçam a vida sofrida das crianças paquistanesas e, especialmente, a vida de Malala, cuja luta para que as meninas do Paquistão pudessem frequentar escolas e concluir seus estudos, quase lhe custou a vida, mas que não calou a sua voz, tornando-a conhecida internacionalmente, chegando a discursar na ONU, apesar de toda a perseguição pelo grupo Talibã e que lhe conferiu o Prêmio Nobel da Paz em 2014. Uma menina especial a nos inspirar a sermos melhores e a fazer o nosso mundo melhor. 
Uma leitura agradável, que, mesmo contendo um amontoado de informações e datas da história recente do Paquistão e países vizinhos, antes e depois da criação do grupo extremista Talibã, é narrado em linguagem direta, simples e, diria, confessional, retratando fatos e acontecimentos sob a ótica de uma menina adolescente, cuja trajetória de vida nos proporciona uma reflexão mais aprofundada e nos fortalece para querermos buscar meios para sairmos da nossa zona de conforto em prol de outras pessoas. Durante a leitura desta história comovente, chorei por diversos momentos e chorei mais ainda ao terminar de ler este livro, que me fez sentir-me compelida a buscar todas as informações recentes sobre Malala. Até esgotar todas as possibilidades. Senti-me próxima a ela e por isso, chorei a saudade da sua história, que a colocou tão presente em minha vida, durante o tempo em que durou a leitura do seu livro.
O livro seguinte foi Apesar de parecer... Ele não está só, de Sérgio Chimatti, pelo espírito Anele, cujas histórias entrelaçadas nos apresenta as maravilhas que a vida nos proporciona para que possamos efetuar resgates e promover o nosso progresso e o de todos aqueles que nos cercam; a bondade infinita de Deus, que nunca nos abandona, por maiores que sejam os nossos desatinos e, principalmente, o poder que tem a oração em nossa vida.
E pra fechar com chave de ouro o mês de janeiro, li o romance de Fernanda Torres, Fim, cuja narrativa inusitada, diferente, cativante, provocante, me fez relembrar outros romances de grandes nomes da literatura brasileira, cuja narrativa revolucionou o romance brasileiro. Trata-se de um romance no qual as histórias de cinco amigos, se interligam e são contadas por cada um deles, por isso o romance é narrado em primeira pessoa, que se alterna, pois o narrador personagem será cada um destes cinco amigos, além de algumas mulheres, cujas vidas se interligam as vidas deles. Complicado? Não. Instigante, diferente. Numa linguagem coloquial, que em certos momentos passa para o português mais "chulo", com direito a palavrões e expressões “pouco ortodoxas”, mas que se encaixam dentro do contexto. Nada gratuito. Tal qual Jorge Amado, ao retratar a vida do submundo dos prostíbulos baianos em seus romances.
Enfim, li, li, li e muito me diverti nestas “viagens”. Por isso estive ausente deste blog, porém hoje decidi fazer uma pausa, e escrever algo aqui, antes de iniciar a leitura do próximo livro, pois estou numa tremenda dúvida sobre qual escolherei para ser meu companheiro nestes últimos dias de férias que ainda me restam. 
Sobre os próximos livros lidos, falarei depois. O tempo urge e há ainda tantos livros para eu ler...