quinta-feira, 3 de março de 2016

"Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas."

Fiquei distante por algum tempo, por tantos motivos, que não valeria nomeá-los aqui. Apenas direi que escrever, para mim, tem que ser motivado por intensas emoções, com as quais sei lidar. E confesso que o medo é uma das que eu venho tentando aprender a lidar desde que me entendo por gente.
Hoje vislumbra em mim um lampejo de fé, de otimismo, que me deixa mais forte que meus medos e me faz querer me expor, sair da concha. 
Falar de medo em uma pessoa que daqui a menos de dois anos fará meio século, parece até engraçado, "mas, contudo, porém, entretanto" este é um sentimento com o qual ainda não consegui me impor e mostrar quem manda. 
"Não tenha medo, apenas tenha fé" tornou-se um mantra pra mim, é uma das falas de Jesus que sempre tento seguir. Há dias que funciona mais, dias que menos.
Nos últimos meses, eu e todos que fazemos parte da EJRC tivemos muito medo da situação em que esta escola vem se colocando, e olhe que, em minha função de professora, percebia apenas os problemas mais aparentes e, juntamente com meus colegas, esperávamos por mudanças benéficas, entretanto, ao ouvir de alguém cuja visão sobre os problemas é bem mais ampla, que  a nossa escola, o Velho João encontra-se no "fundo do poço", o meu medo, já tão fragilizado, tornou-se mais forte que a minha fé.
Mas, como diz um primo meu muito querido: "quando a água bate na b., o cara aprende a nadar", por isso, depois de muitas lágrimas, ajustes e conversas decidi aceitar o desafio de fazer parte de um grupo gestor que tentará administrar os problemas e buscar os encaminhamentos para que haja a "reconstrução" da nossa escola, e isto em conjunto com todos os amigos do velho joão: professores, alunos, funcionários, ex-alunos, pais, enfim, com todos os que têm amor por esta escola quase cinquentona. 
No ano em que deveria ser apenas de festas e comemorações pelo cinquentenário desta escola, nós iremos dar as mãos e juntos renascer das cinzas que encontram-se depositadas no "fundo de um poço", que para nós, não representará o fim de tudo, mas um recomeço, um renascimento, que se propõe em tempo propício: tempo de quaresma, de preparação para a Páscoa. A mim não compete julgamentos, nem falas desnecessárias, a escola está assim e nós, juntamente com todos, tentaremos "virar o jogo", sem perder o foco na fé, na união, no respeito e no diálogo.
Serei eternamente professora, Tia Cida, como meus queridos alunos me "rebatizaram", mas estarei exercendo temporariamente a função de chefe de secretaria, aprendendo a dominar meus medos e a buscar os encaminhamentos para as possíveis soluções.
A todos os meus alunos peço que me compreendam por deixá-los assim intempestivamente, ficarão em boas mãos, afinal a equipe de professores da EJRC é de alto nível e sabe ser guerreira no momento que se faz necessário, sabe unir forças para buscar soluções e, mesmo sendo um velho chavão: JUNTOS VENCEREMOS!!
A todos os queridos, que me adotaram como tia, usarei as palavras de ninguém menos que Drummond: "O presente é tão grande, não nos afastemos. Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas." E ouso acrescentar: TENHAMOS FÉ.

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