sexta-feira, 9 de maio de 2014

E eu o amei mais ainda

Há exatos 18 anos estava eu em pleno trabalho de parto, sentindo dores, medo e ansiedade pela chegada de meu primeiro filho: Guilherme. Após uma noite insone, às quatro horas e quinze minutos daquela manhã fria, de 10 de maio, em Garanhuns, ele, enfim, chegou para mudar para sempre a minha vida. Desde o início ele mostrou que seria um menino de personalidade forte, apesar dos traços delicados, do rostinho meigo e da farta cabeleira.
E eu o amei mais ainda. E desde aqueles primeiros momentos eu já o fiz "pagar mico": quando pedi a minha irmã, num momento em que estávamos a sós, que tirasse toda a roupinha dele, pois eu queria vê-lo por inteiro, pernas, braços, dedinhos. 
De lá para cá, os "micos" apenas foram tomando formas mais vultuosas até se transformar neste "gorila". Amor demais é assim, filho, transborda, "perde a noção".
Ele nasceu numa manhã de sexta feira e voltamos para casa no sábado à tarde, meio "abobalhados", um pouco "tontos" de  tanta felicidade: Guilherme foi o nosso primeiro filho, o primeiro sobrinho dos meus irmãos e o primeiro neto dos meus pais, o que o fez "dominar o pedaço" desde o primeiro momento em que chegou nesta família.
Lembro-me da manhã do domingo do meu primeiro Dia das Mães, em minha casa, acordando ao som do choro forte dele, esfomeado, querendo mamar. Lembro-me de cada detalhe daqueles primeiros dias: dos sons, dos cheiros, da sensação de felicidade, das descobertas, do carinho dos amigos e familiares a nos visitar.
Naquela época, tínhamos uma máquina fotográfica Kodak, que sempre estava com um filme de 36 poses, para registrar cada amigo que nos visitava, cada troca de roupa do bebê, cada nova gracinha que ele fazia. Depois levávamos os filmes até o fotógrafo da cidade, para que ele os enviasse para o laboratório revelar e ficávamos esperando para vermos as fotos, que, quase sempre, pouca coisa se aproveitava. Em plena era das máquinas digitais, dos selfies e redes sociais, fica meio difícil imaginar isto, pois era uma realidade bem diferente da que temos hoje. 
Muito já se falou sobre o que é ser mãe: frases feitas, lugares comuns, versinhos clichês, entretanto, só consegui entender de fato o que é ser mãe, quando tive Guilherme pela primeira vez em meus braços: e entendi que por aquele ser pequenino, eu seria capaz de tudo: desde passar noites de sono para amamentá-lo até exterminar uma selva inteira de leões para defendê-lo. Fiquei mais forte, mais completa, mais mulher.
Cinco anos depois, pude reviver todas estas sensações com a chegada do meu segundo filho, Rafael, cujo nome foi escolhido por Guilherme, pois afinal, eu decidira ser mãe novamente para atender ao seu desejo de ter um irmão. E foi a melhor decisão que tomei em minha vida. Eles são perfeitos e eles me fazem ser um ser humano melhor, pois deixei de ser um ser egoísta para me transformar num "ser/mãe", cujo primeiro e o último pensamento e oração do dia são sempre para eles. Por eles ainda passo noites de sono, não mais para amamentá-los, mas por sentir saudade ou preocupação, e ainda sou capaz de exterminar não apenas uma selva inteira de leões, mas todo e qualquer ser que pudesse por em risco a vida ou a felicidade de qualquer um deles. 
Ser mãe é isto. É ser forte para defender a cria. É ser frágil para ganhar colo deles quando a saudade aperta e eles já não mais precisam do nosso colo para sobreviver. 
Feliz aniversário, Guilherme! Muito obrigada por você ter me escolhido para ser sua mãe. Eu te amo para sempre, por toda a eternidade e mais um tiquinho de tempo que eu puder pegar a mais.
E para o mico ser completo, eis aí o registro de alguns destes inúmeros momentos destes 18 anos de vida de Guilherme.

03 dias (dormindo na barriga do papai)
02 meses
07 meses 
08 meses - 1ª ida à praia
09 meses 
Batizado (visual roqueiro rebelde)
05 anos (estiloso!)
1º Encontro com o irmão Rafael 
Universidade
Caras e bocas na casa dos sogros: Nora e Fábio.
Fim de semana da despedida 
Niver de 17 anos (jantar conosco e com a namorada Maria Eduarda)
Selfie com Duda 



4 comentários:

  1. # Aaah, que lindo tia do meu coração, e se me permite um comentario: Ser mãe é tudo isso que vc resumiu, e muito mais. Ela não tem definição pq é um ser que não se limita, e ser mãe, não é só algo fisíco (mãe e filho de sangue), vai além disso, é algo magico que só tem logica quando se é sentido na alma, porque é esse amor que nos transborda, que nos amadurece, que as faz invenciveis, e por que não imortais? Acredito eu, que ser mãe é algo tão maravilhoso, que se é levado pelo resto das existências do ser, e por todas elas. é uma dádiva, na qual Deus concede a um espirito tão maravilhoso, a chance de dividir-se em mais de um ser, sem perder a sua individualidade. Pois ser mãe também é viver um "bucadinho" dentro do seu filho.

    @Guii Parabens, muitas felicidades pra vc hoje e sempre! Que a vida continue te trazendo momentos maravilhosos e especiais, e não esquece eu quero bolo \o/

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    1. Valeu, meu sobrinho lindooooooooo!!! Te amo, Dih. Adorei seu comentário!!!

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  2. *-*
    Minha querida mãe! Eu não tenho nem palavras para descrever o quanto eu te amo! Nem muito menos capacidade para quantificar a saudade que sinto de vc a cada instante de minha vida!
    Seu texto esta perfeito! Eu e Rafinha que temos que agradecer todo dia por ter a melhor mãe de todo o mundo!

    Ps: Feliz dia das mães!

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    1. Muito obrigada por tudo, meu filho, e pelo comentário tão lindo!!! Bjs. Te amo Mt!!!

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