quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O que deve ser prioridade numa administração pública?

Diante de alguns acontecimentos ocorridos nas últimas semanas em Pernambuco, eu me atrevo, e ouso aqui, a levantar alguns questionamentos sobre o que deveria ser prioridade na atuação de um político ao exercer suas funções de administrador ou de coadministrador do erário público, tendo sido ele escolhido através do voto do povo para cargos do executivo ou do legislativo.
Através deste poderoso veículo de comunicação que é a internet, todos os dias tomamos conhecimento de fatos terríveis que acometem a população pernambucana e que nos remetem ao descaso com que vem sendo tratado aqui neste estado, como nos demais do país, o cidadão que paga os seus impostos, diga-se de passagem, neste estado o percentual é o maior do país, e que querem ver estes pagamentos revertidos em bens e benefícios públicos. São denúncias de descaso na saúde pública; na segurança pública; na educação; no cumprimento da Lei com os funcionários públicos estaduais; na preservação e na melhoria das estradas; na preservação do patrimônio cultural: prédios históricos, praças públicas e demais espaços.
Contudo, por alguns políticos entenderem que isso é “algo comum”, penso eu, toda e qualquer ação que venha a ser planejada para ser executada na melhoria destes ou de quaisquer outros problemas de administração do erário público aqui não elencados, passa pela “morosidade” que se instituiu como inerente ao “prestador de serviços públicos”, pois é assim que encaro o político que está em exercício de mandato. E, desta forma, as soluções para as situações que vêm a ser denunciadas tendem a se arrastar em inúmeros processos burocráticos, que quase sempre deixam de ser executados, e o povo vai se acomodando, porque se cansa de denunciar, de cobrar e de não obter ações, apenas palavras, documentos e papéis.
Por isso não há pressa, “nem regime em caráter de urgência” para votar, aprovar e implantar ações que irão favorecer a população, preferem eles, os políticos, fazerem belos discursos, propagarem o que não saiu do papel, usar a mídia para justificar o injustificável, alardeando o pouco que fazem, como verdadeiros pavões em sua “egocentricidade” e “megalomania”.
O povo é consultado para apresentar o que de fato merece “regime em caráter de urgência”? Os segmentos da sociedade, que de fato contribuem para o engrandecimento do Estado, são consultados quando as “mudanças benéficas” impostas pelo Governo irão atingir como uma avalanche as suas vidas pessoais e profissionais? A comunidade é atendida em suas “constantes súplicas” na melhoria daquilo que de fato é prioridade para as suas vidas? NÃO. Não há pressa para isso, não é?
Mas quando ocorrem situações que maculam as “estruturas publicitárias e marqueteiras” do Governo, como a morte de um Promotor no Agreste, ou a foto de Diego Nigro estampada nos principais jornais do país e do mundo, aí sim, o Governo entende que é preciso pressa, senão para resolver, mas para “mostrar serviço” e novamente tentar justificar o injustificável. O primeiro caso ainda sem solução, enquanto que o segundo, em pleno processo de “solucionismo” imediato. Ambos os casos merecem ser solucionados, como também todos os demais casos que denotam negligência na prestação de serviços públicos neste Estado e no país.
Será então que é preciso o cidadão comum, que exerce as suas funções cotidianamente, que paga seus impostos religiosamente cometer atos insanos para poder ter as suas reivindicações atendidas ou para serem ao menos levados em consideração?
Por que a pressa em votar, aprovar e implantar projetos que não irão beneficiar nenhum dos envolvidos diretamente no processo, como é o caso da Municipalização e doação das Escolas Estaduais em Pernambuco? Por que a pressa em dar uma conotação não existente a uma Lei que não irá melhorar a vida da população, diga-se de passagem, população que vota? Por que não há pressa em implantar outras leis, como a do Piso Nacional de Educação? 
Todas as denúncias e súplicas que viessem da população pernambucana, fosse qual fosse o segmento do qual fizesse parte, deveriam ser analisadas com a participação das partes envolvidas e com a cautela necessária, para somente depois, serem buscadas as soluções em “regime de caráter de urgência”. Ao menos isso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário