domingo, 28 de abril de 2013

BALANÇO DA PARADA NACIONAL DA EDUCAÇÃO NA EJRC - ÁGUAS BELAS - PE.

Sempre me orgulhei de fazer parte da equipe de professores da EJRC, pois somos um grupo de tradição de lutas, conquistas e união. 
Ao longo dos meus quase vinte anos de docência nesta escola, já vi, vivi e passei por inúmeras situações que hoje, depois de tudo passado, custo a acreditar que de fato ocorreram.
Desde o início, percebemos que o caminho era a união para vencermos os embates cotidianos que ora eram perseguições por parte de diretores, ora por parte de políticos; ora lutávamos por melhorias salariais, ora resistíamos às imposições do sistema; enfim, tornamo-nos um grupo tão coeso que passamos a auto nos denominar  "G - 8", composto por Deus e mais sete professoras que "eram pau pra toda obra": da implementação de projetos inter disciplinares, quando sequer tínhamos ouvido falar sobre, até a luta constante para sermos respeitadas em nossos direitos e conquistas.
Já despertamos admiração, raiva, ódio, amor e respeito entre as pessoas da nossa cidade. Já fomos motivo de inveja e de perseguição por parte daqueles que detinham o poder político ou econômico e, mesmo assim, não conseguiram nos fazer calar ou parar de lutar por aquilo que acreditávamos estar certo.
Aprendemos, desde o princípio, a decidirmos em grupo e a acatarmos a decisão da maioria, pois democracia é isto.
Por isso, no sábado que antecedeu à PARADA NACIONAL DA EDUCAÇÃO, durante a nossa reunião pedagógica administrativa, após a análise dos objetivos desta parada, a quase totalidade dos professores efetivos decidiu pela paralisação, visto que a nossa escola vem atravessando um período de descaso pelo Governo Estadual, ficando de fora apenas os professores de contratos temporários e um ou dois professores efetivos.
Entretanto, na segunda feira, ao circular na escola o ofício enviado pelo Secretário de Educação do estado, os colegas se amedrontaram e quiseram recuar, porém, na terça feira, as adesões foram novamente se firmando e chegamos ao total de vinte professores efetivos, sendo dois deles com dois vínculos, o que corresponderia a vinte e dois professores efetivos.
Formamos uma equipe e fomos pelas salas de aula explicando aos nossos alunos os motivos da parada e, imediatamente fomos recebendo o apoio, o carinho e a solidariedade de nossos estudantes, que vêm sentindo na pele os problemas físicos da nossa escola: a fossa dos banheiros dos alunos vazando e soltando odores insuportáveis pela escola inteira; as salas com quadros quebrados; os professores sem giz e sem lápis para quadro branco; a água do bebedouro sem qualidade; a falta de capinação do mato do pátio interno, para a prática de esportes; a falta de funcionários suficientes para a limpeza da escola; a falta de bibliotecárias nos três turnos; a falta de material didático para os professores trabalharem; os ventiladores quebrados, consequências do não recebimento, até aquela data, de verbas para manutenção da escola.
Durante os três dias, fizemos um revezamento entre os professores que aderiram à parada para que sempre ficasse um grupo em cada turno, desta forma, podíamos informar aos nossos estudantes qualquer novidade surgida.
Aos meus colegas da EJRC que mais uma vez se dispuseram a lutar por melhorias para a nossa classe e para a nossa escola, o meu orgulho por fazer parte deste grupo com vocês.
Aos alunos da EJRC, todo o meu carinho e respeito pelo apoio recebido.
Aos demais, o meu respeito pela escolha feita.
Ao GOVERNO DO ESTADO, mais respeito aos professores e aos alunos e MENOS DESCASO COM A EDUCAÇÃO E COM AS ESCOLAS!
Aos professores que atualmente exercem funções administrativas, fazendo parte das equipes do governo: NÃO ESQUEÇAM QUE VOCÊS SÃO PROFESSORES, apenas estão em outras funções.
Em suma, exercemos o nosso direito de trabalhador que luta por melhorias de sua classe e EXIGIMOS O NOSSO DIREITO À REPOSIÇÃO DOS TRÊS DIAS DE AULA, para que os nossos alunos não fiquem no prejuízo. Tenho dito!


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