terça-feira, 19 de abril de 2016

A EJRC HOMENAGEIA O POVO FULNI-Ô, ESPECIALMENTE OS QUE FIZERAM/FAZEM PARTE DA SUA HISTÓRIA

Quem nasce em Águas Belas, interior de Pernambuco, acostuma-se  muito cedo a conviver com o povo indígena Fulni-ô, que às vezes nem se dá conta do privilégio que tem em poder estar tão perto de uma cultura diferente, rica e que é muito valorizada em outras cidades e em outros estados. Esta convivência ocorre por conta da proximidade do Aldeamento com a cidade onde os habitantes de ambos coexistem pacificamente.
Verdade seja dita, houve tempos aqui em que esta convivência entre índios e não índios não foi assim tão pacífica e respeitosa, entretanto, não me reportarei a este passado distante, tampouco citarei fatos do presente ou de um passado mais próximo. Não é esta a finalidade aqui. Busquemos apenas as boas lembranças.
E aí me veio alguns questionamentos: ao longo destes cinquenta anos da EJRC quantos Fulni-ô estudaram ou trabalharam aqui? Quantos Fulni-ô foram professores, professoras e até mesmo diretoras desta escola? Quantos Fulni-ô já contribuíram para a construção do Velho João? Quantas palestras, apresentações artísticas e culturais do povo Fulni-ô já ocorreram nestes pátios, nestas salas?
Pois hoje, 18 de abril, véspera do Dia do Índio, a EJRC recebeu o grupo D'MAANEHÔ SATÔ, formado por jovens índios Fulni-ô, dentre eles os estudantes da escola João Otávio e Istênio Santos, para uma apresentação cultural, com exposição e venda de artesanatos indígenas.
É o Velho João abrindo espaço para homenagear os nossos irmãos Fulni-ô: os que fizeram parte desta escola ao longo destes cinquenta anos e os que ainda estão fazendo. A todos estes Fulni-ô, cujas histórias se entremearam com a história desta escola, quero parabenizá-los não apenas pelo Dia do Índio, mas por toda a riqueza cultural que vem se eternizando através da língua Yaathe e da preservação dos seus costumes. Parabéns a todos!!
#SomosTodosFulni-ô  






















Um comentário:

  1. Imaginem se fosse assim há 515 anos...
    Se ao invés de os europeus nos vestissem, nós quem os despissem e os caracterizassem com nossas vestimentas...
    Que pena que isso veio acontecer depois de meio milênio, quando a igreja já tinha convencido o índio que sua cultura e seu modo de ser não eram vistos pelo criador.
    Infelizmente, grande parte da história da religião católica é marcada pelo fanatismo, por aqueles que matam e condenam em nome de Deus.
    Nos primeiros tempos da colonização do Brasil, os povos indígenas eram vistos a partir do olhar dos dominadores de então, como “gente sem fé, sem lei, sem rei”. Assim, projetava-se a sociedade indígena em termos daquilo que lhe faltava, na opinião dos europeus. Os europeus queriam a todo custo impor-lhes a sua cultura e religião. Com o decorrer do tempo percebeu-se que o índio era resistente, ele tinha convicção quanto às suas próprias crenças e mitos. Assim, o catolicismo daqueles tempos encontrou dificuldades em converter os índios que, segundo o pensamento vigente, não tinham Deus, nem hierarquia, nem disciplinamento litúrgico.
    SE LUTAR É PRECISO... RESISTIR AINDA MAIS. #SOU ÍNDIO SIM, SOU FULNI-Ô!

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