domingo, 6 de novembro de 2011

MATRÍCULA X LIBERDADE DE ESCOLHA

A data das matrículas da rede pública estadual de Pernambuco se aproxima e mais uma vez vem à tona todas as angústias e questionamentos de alunos, pais e professores sobre a autonomia das escolas desta rede e sobre o direito de escolha do local onde se quer estudar.
A priori, o direito de escolha é algo indiscutível, entretanto, quando trata-se da escolha da escola em que o aluno de Ensino Médio da rede pública estadual pernambucana deseja estudar, esse direito deixa de existir, pois interessa a alguns burocratas da educação, que haja o fortalecimento apenas das questionáveis "Escolas de Referência", que foram feitas "a toque de caixa" para serem mais um dos "números positivos" da Educação de Pernambuco, divulgados pelo Governo.
Há algo que necessita ser pensado e questionado com mais ênfase pela sociedade: o que é necessário para se fazer uma Educação de qualidade nesse estado? Apenas números, percentuais, estatísticas maquiadas, quantificações de ações irrelevantes? ou ações que de fato irão favorecer a melhoria e a qualidade do ensino público pernambucano?
Para criar a Escola de Referência em nossa cidade, uma escola de renome que já existia há muitas décadas, a Escola Nicolau Siqueira, teve que ser "desarticulada": professores e alunos tiveram que migrar para outras escolas e, desde então, os alunos da nossa cidade ao terminarem o Ensino Fundamental, não podem mais escolher permanecer em suas escolas de origem ou escolher uma outra escola, pois a estas escolas vem sendo tirado o direito de formar turmas de 1º Ensino Médio, no turno diurno. Dessa forma, apenas os alunos que não podem estudar no turno diurno, mediante comprovação, é que podem efetuar suas matrículas em outras escolas, desde que sejam para o turno noturno. 
Mas, e o aluno que não deseja estudar em tempo integral, por opção de escolha, e quer estudar no turno diurno, o que acontece? Nada. N A D A! Ele e sua família são "obrigados", mediante a falta de opção, a ir para a Escola de Referência. Sem direito de escolha.
Que fique bem claro, que não estou aqui questionando a qualidade do ensino nesta Escola de Referência ou em qualquer outra,  não é esse o meu papel. Mesmo por que, vez ou outra, fatos são divulgados pela mídia. Estou questionando o direito de escolha que é negado a um jovem e o poder de decisão e de autonomia que atualmente (não) possuem as escolas da rede estadual de Pernambuco, pois estão sendo vistas pelo Governo, apenas como lugares geradores de números, percentuais e estatísticas que irão favorecê-lo em sua carreira política e não como ESPAÇO DE VIVÊNCIA E DE DIVULGAÇÃO DE CONHECIMENTO. 




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